quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Será o MEC a solução?!

*Gabriela Mello

Nossos laboratórios de telejornalismo e radiojornalismo ficaram prontos e estamos a todo vapor colocando em prática o que, há alguns dias, era somente teoria. Não sei se devemos agradecer, porque afinal não fizeram mais do que a obrigação. Mas, mesmo assim, obrigada.

A verdadeira intenção desse post não é fazer suíte do acontecimento do ano (laboratórios) e, sim, compartilhar com os caros leitores um fato um tanto engraçado que aconteceu em um local onde é palco e motivo de várias reclamações; o estúdio de rádio.

Na última aula de rádio a primeira aluna a chegar fui eu e, tive o oportunidade de fazer parte do acontecido, como ouvinte claro. Duas moças com camisetas do curso de Biomedicina foram conhecer os famosos laboratórios. Até ai tudo bem, curiosidade é normal. O fato é que ‘elas’ indagaram nosso coordenador de curso sobre qual seria a solução para que os laboratórios ficassem tão rapidamente prontos. A conversa foi mais ou menos assim:

- Nossa que legal! Como vocês conseguiram que esses laboratórios ficassem prontos tão rápido?

Uma delas perguntou em um tom de quem já sabia a resposta. O coordenador ficou quieto, deu um sorrisinho amarelo e não respondeu. A outra completou:

- Porque até hoje o nosso não ficou pronto!

Aí, como quem faz o xeque-mate no jogo de xadrez, elas concluíram com uma pergunta que termina por se responder:

- Será o MEC a solução??

Algumas risadinhas, uma pausa em silêncio absoluto até que todos saíram da sala.

Depois disso, não preciso escrever mais nada. Por um lado, que bom que o MEC já veio, pois agora temos os laboratórios. Mas por outro, que pena que não falamos tudo. Poderíamos ter conseguido mais melhorias!

Para concluir esse artigo fica uma pergunta:

Será que é só o curso de jornalismo que precisa de mais atenção?

*Gabriela Mello é repórter em Sinop e está no 7° semestre de jornalismo

3 comentários:

  1. Gabi, eu levaria a pergunta ainda mais longe: Será que nossa educação universitária em Sinop, de modo geral,não precisaria de mais atenção? Estudo em uma universidade pública local e lamento ter de admitir que as nossas universidades privadas parecem receber mais atenção dos órgãos fiscalizadores do que as públicas. Resultado: a qualidade do ensino público superior em Sinop hoje está perdendo em qualidade para os cursos das faculdades privadas. A falência parece, pois, geral e, como aluno e professor militante nas duas esferas - pública e privada -, temo que ainda mais grave na universidade pública.

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  2. O que estou tentando sugerir (e talvez tenha ficado muito nas entrelinhas) é que valeria a pena nossos meios de comunicação - tão limitados ao jornalismo de ocasião, sempre à espera de um crime ou acidente para pôr mãos à obra - empreender reportagens que fizessem retratos da realidade local, como, por exemplo, da educação superior em Sinop: levantar os problemas, entrevistar os partícipes (alunos, professores, funcionários etc.), apontar soluções. A notícia tem que ser procurada, sugerida, elaborada. Esperá-la na esquina ou na delegacia é prática do século XIX.

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  3. Precisamos sim de mais atenção. Todas as universidades de Sinop, seja ela pública ou privada. Se nossa cidade pretende se tornar referencia educacional, primeiro é necessário melhorar o ensino. Mas, infelizmente, o poder está nas mãos de poucos e, para não perdermos nossos empregos, ficamos atrelados as práticas do século XIX. Como dizia Chatô: "Quem quer ter opinião que compre um jornal". Se a universidade anuncia, não podemos falar as verdades. Quem não aceita, está fora da imprensa.

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