quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Todo mundo virou jornalista!

Está no blog do Duda Rangel. Com o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalista, muita gente de outras áreas passou a exercer a profissão, sem qualquer qualificação. Clássicas técnicas de entrevista, por exemplo, têm sido substituídas por métodos nada ortodoxos de busca pela informação. O blog denuncia alguns casos mais assustadores.

A moça do telemarketing

- Eu gostaria muito de poder estar entrevistando o senhor. O senhor teria um minutinho para poder estar respondendo algumas perguntas?

- É rápida essa entrevista, querida? É que eu tô no trânsito.

- Super-rápida, senhor. Para a sua segurança e para a minha também, gostaria de estar informando que a entrevista estará sendo gravada. Tudo bem?

O médico

- Você vai me desculpar, mas o que as cirurgias que eu já fiz ou os casos de hipertensão arterial na minha família têm a ver com a minha trajetória artística, musical? Você pediu para fazer o meu perfil profissional ou uma anamnese?

- Fica calmo, são só perguntinhas de rotina. Fumante?

A prostituta

- Alô, Sharon? Tá a fim de um frila bom? Mas, escuta, desta vez é cobertura completa, ok? Apuração, redação, texto final, fotos e até legenda de fotos. Topa?

- (mascando chiclete). Claro que topo, editor. Só que a completa, você sabe, é mais cara.

O jogador de futebol

– Você foi convocado pra reforçar a editoria de política nas eleições. Bem-vindo!

– Obrigado, professor, quer dizer, editor. A gente tá vindo pra somar e a editoria tá unida e espera fazer uma grande cobertura.

– Ah, serão 64 dias de trabalho na redação. Sem folga.

– Sem folga? Sério que rola concentração aqui também?

O assaltante

- Vai passando a informação, vai passando a informação! Rápido, porra! Eu quero o lead inteiro, vai! O que, quem, quando, onde, como e por quê! Tá demorando!

- O “como” e o “por quê” eu não tenho.

- Como não tem?

- Não tenho. Eu juro!

- Qué morrê? Passa logo o lead inteiro, porra!

Um comentário:

  1. Muito bom isso... E assim segue a vida e meu diploma bem guardadinho (quase escondido) em uma gaveta... Ou está em outro lugar? Ah! Não importa, não me serve de nada mesmo...

    Tauana Schmidt

    ResponderExcluir